sábado, 8 de novembro de 2008

LONGE DA DIABETES NA TERCEIRA IDADE


Exercícios com pesos aplicados em homens idosos mostraram-se um importante fator para a redução dos riscos de desenvolvimento da resistência à insulina (RI), estágio prévio ao aparecimento do diabetes mellitus do tipo 2.

“Com o envelhecimento da população, evidencia-se a necessidade do estabelecimento de condutas que minimizem as perdas fisiológicas e as complicações relacionadas às limitações que surgem deste processo”, destaca o educador físico Thiago Gaudensi Costa.
No estudo apresentado na Faculdade de Educação Física (FEF), orientado pela professora Mara Patrícia Traina Chacon Mikahil, Costa submeteu 10 homens acima de 60 anos, sedentários e saudáveis, ao treinamento com pesos durante 16 semanas e comparou o resultado com um grupo controle composto por oito idosos. No período, foram avaliados os efeitos dos exercícios sobre a resistência à insulina, a composição corporal e a força muscular.

O educador físico destaca que o objetivo do trabalho foi analisar o exercício de musculação como método de prevenção ao aumento de indicadores de riscos à saúde.
“A maioria dos estudos nesta área destina-se a oferecer o treinamento para indivíduos já doentes ou dentro do ambiente hospitalar com a finalidade de observar os efeitos sobre a doença já instalada. Um dos diferenciais deste estudo reside, justamente, em aplicar os exercícios em pessoas
saudáveis para observar a interferência nos índices, ou seja, como fator de prevenção”, explica.
Para a seleção, os voluntários deveriam ter hábitos de vida não-ativos e serem clinicamente saudáveis. O grupo treinado apresentou índice de Homeostasis Model Assesment (Homa) – que mede o fator de RI – abaixo de 2,71. Nos idosos, não é recomendável que o valor de Homa esteja acima de 2,71, pois caracteriza o indivíduo como resistente, com potencial de desenvolver o diabetes mellitus tipo 2. Pelos resultados da pesquisa, os índices de Homa na população estudada se mantiveram os mesmos depois do treinamento com pesos. “Não aumentou nem diminuiu. A hipótese era que estes índices poderiam diminuir após os exercícios”, destaca Costa.
Já nos valores de força muscular, outro fator analisado, foi observado um aumento, o que significa menor risco no desenvolvimento da doença. Os dados de composição corporal também tiveram alterações benéficas, com reduções significativas na gordura corporal relativa, visto que o tecido adiposo em grandes quantidades é um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento da RI. Segundo o educador físico, outros estudos deveriam considerar diferentes intensidades e duração do treinamento com pesos para se detectar possíveis interferências sobre a RI.
Texto: Raquel do Carmo SantosFonte: Jornal da Unicamp
Publicado em: 07/11/2008

terça-feira, 4 de novembro de 2008

10 LIÇÕES PARA A ENXAQUECA

Jornal de Santa Catarina - Saúde - 27/10/2008


MANTER AS CRISES SOB CONTROLE NÃO DEPENDE SÓ DE MEDICAMENTOS. SAIBA QUE ATITUDES PODEM OFERECER MAIS CONFORTO AO SEU DIA-A-DIA
A dor de cabeça é capaz de tirar o humor de qualquer pessoa. Dependendo da intensidade e da freqüência, pode roubar anos de vida saudável. Na lista das doenças que mais incapacitam, segundo a Organização Mundial da Saúde, a enxaqueca, um dos tipos mais devastadores, figura na 20ª posição, à frente até do diabetes e da aids.
Nos últimos anos, um arsenal de medicamentos trouxe alívio para grande parte das crises. Mantê-las sob controle depende tanto de remédios quanto de
atitudes. Apesar de haver centenas de tipos de cefaléia, há lições que são úteis para todos os pacientes. Leia a seguir as dicas de especialistas sobre como evitar que a dor de cabeça assuma o controle da sua vida.
Não se assusteQuem começa a ter dores de cabeça com alguma freqüência logo pensa que é portador de uma doença grave. Especialistas afirmam que essa é uma reação normal, mas não há motivo para pânico. Cerca de 95% das dores de cabeça não são sintomas de uma outra enfermidade. São, por esse motivo, conhecidas como primárias – a dor de cabeça é a doença em si.
Apesar de não terem gravidade, podem incomodar muito. Por isso, não negligencie as crises. Quando os sintomas aparecerem mais de duas vezes por mês, procure um especialista e siga o tratamento recomendado.


Faça um diário das crisesCada vez que a cabeça começar a doer, pegue papel e caneta e faça anotações. Escreva onde dói, como é a dor, se você tem enjôos, tonturas, aversão à luz ou ao barulho, quanto tempo durou a crise, qual foi o remédio ingerido, se a medicação fez efeito ou não, o que você comeu antes, o que fez durante o dia, se teve de interromper as atividades que estava fazendo por causa do mal-estar, entre outros detalhes.
Todas essas informações ajudarão seu neurologista a diagnosticar o tipo de dor de cabeça (existem mais de 300) e indicar o tratamento correto.
Aprenda a identificar os sinais
As dores de cabeça costumam ter início, meio e fim. Antes de surgir, o corpo emite alguns sinais que podem ajudar a prever uma crise. Por exemplo: dois dias antes, você se sente animado e louco por chocolate. O que o leva a procurar alimentos doces pode ser o começo de um episódio. Ou um cansaço desmedido ou bocejos sem motivo, etc.
Tenha analgésicos à mão
As cefaléias começam fraquinhas e vão aumentando de intensidade com o tempo. Quando estão na fase inicial, é hora de tomar o remédio. Em geral, os brasileiros esperam a dor passar sozinha, o que é um erro. Agir rápido evita que a dor assuma o controle e obrigue-o a abandonar suas atividades. Os analgésicos demoram mais tempo para fazer efeito em quadros de dor intensa e podem levá-lo a abusar da dose, o que no futuro pode ser ainda mais prejudicial.


Siga uma rotina regrada
Quem sofre de dor de cabeça não deve cometer excessos. Dormir demais pode desencadear uma crise. Dormir de menos também. Abusos à mesa ou dietas restritivas quase sempre figuram entre os culpados. Embora seja difícil levar uma vida totalmente previsível, faça as escolhas em prol do seu bem-estar sempre que puder. Às vezes, a decisão de não repetir a sobremesa ou ir para a cama mais cedo pode poupar horas de intenso sofrimento.

Mantenha seu peso
Estudos indicam que pessoas obesas têm mais dor de cabeça. Ainda não se sabe por que isso ocorre, mas é consenso que estar em paz com a balança pode evitar que o problema se torne crônico. Uma das hipóteses é que o acúmulo de células adiposas cause um aumento nos níveis de diversas substâncias inflamatórias associadas às crises, como as interleucinas que interferem na modulação do processo doloroso.
Pratique uma atividade física
O organismo produz substâncias que agem como analgésicos naturais, como a endorfina. Fazer exercícios físicos de forma moderada e regular turbina a produção desses compostos, que ajudam a controlar a dor sem remédios.

Não abuse dos analgésicos
O fato de a maioria dos analgésicos serem vendidos sem necessidade de prescrição médica não significa que eles não ofereçam risco ao organismo. Pelo contrário, o uso excessivo desse tipo de medicação causa o que os especialistas chamam de dor de cabeça por rebote: a crise volta ainda mais intensa. Tais drogas desregulam a ação dos mecanismos cerebrais que ajudam o corpo a controlar a dor por conta própria. A ingestão de um comprimido mais de duas vezes por semana durante três meses já é o suficiente para transformar uma dor de cabeça eventual em crônica.

Crie seus próprios métodos
Para alguns, encher a testa com lascas de batata é uma forma poderosa de alívio. Fazer isso não está errado. Segundo especialistas, em contato com a pele, que é mais quente, a batata favorece a constrição dos vasos sangüíneos da cabeça que se dilatam nas crises. É possível optar também pelas bolsas de gel geladas ou compressas de água fria. Mas você também pode criar seus próprios métodos para se ver livre da sensação desagradável mais rápido, como dormir, ficar em um quarto escuro e silencioso, fazer uma sessão de alongamento ou massagem. Conhecer a fundo o que lhe desencadeia a dor ajuda a inventar formas criativas para debelar as crises.

Preste atenção à dorEmbora, na maioria das vezes, sejam benignas, as dores de cabeça podem, sim, ser sintoma de algo mais grave. Quem já sofre de cefaléia crônica deve procurar um atendimento de emergência quando perceber que a dor mudou bruscamente de comportamento.
Para os menos acostumados, especialistas listam pelo menos quatro sinais de preocupação:
a) dor de cabeça que começa depois dos 50 anos;
b) dores freqüentes e com caráter progressivo;
c) dores súbitas e intensas que levam apenas dois minutos para se instalar e
d) dores que vêm acompanhadas de alterações de consciência ou visuais ou ainda de perda de sensibilidade ou de força em partes do corpo. Mais raras, as chamadas cefaléias secundárias merecem atenção especial, pois podem ser provocadas por infecções, tumores ou acidente vascular cerebral (AVC).

Fontes: Neurologistas Alexandre Perla, coordenador do Ambulatório de Cefaléia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Fernando Kowacs, do Hospital Moinhos de Vento, e Liselotte Menke Barea, coordenadora do Ambulatório de Ensino em Cefaléia da Santa Casa de Porto Alegre.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

MUSCULAÇÃO PODE RESOLVER DORES NO PESCOÇO

G1 - Ciência e Saúde/ Online - Musculação - 16/01/2008


Exercícios de força ajudam a tratar dores crônicas. Mulheres sofrem mais com o problema do que os homens.

As dores musculares são um dos flagelos da modernidade. Horas sentados em cadeiras inadequadas, longos períodos de trabalho ao computador e posturas incorretas quando o trabalho é mais pesado levam milhões ao absenteísmo e aos consultórios médicos. Mais da metade dos adultos nos países desenvolvidos desenvolveu um episódio de dor nas costas ou pescoço nos últimos 6 meses.
O impacto econômico das dores crônicas nas costas e especialmente na região do pescoço é estimado em 1% do produto interno bruto dos Estados Unidos e da Europa. Uma das observações dos grupos que estudam as doenças do trabalho mostra as mulheres sofrendo mais do que os homens de dores crônicas no pescoço.
Um time de pesquisadores dinamarqueses resolveu estudar o efeito do treinamento físico sobre os quadros dolorosos do pescoço. A atividade física é tida como um dos tratamentos disponíveis para cervicalgia.
Porém qual o melhor método? Exercícios de força (musculação) ou condicionamento físico tradicional.
Foram mais de 170 mulheres inscritas na pesquisa, distribuídas em três grupos que seguiram uma das estratégias de tratamento: treinamento específico de força (musculação), Condicionamento físico tradicional ou aconselhamento médico. As sessões se repetiam 3 vezes por semana durante 10 semanas.
Os participantes classificavam a dor que sentiam em uma escala visual de 1 a 100, além de quantificar a dor como um todo também era avaliada aquela considerada a pior.
Os resultados mostraram que o grupo de treinamento de força trouxe um alívio maior às dores no pescoço do que os outros métodos de treinamento. A melhora foi estatisticamente significativa com queda de 50% na pior dor sentida e no quadro de dor em geral.
O trabalho cientifico e seus resultados está publicado na última edição da revista "Arthritis Care and Research".
Po Luis Fernando Correia (médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN)